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Rev. bras. anestesiol ; 60(6): 597-602, nov.-dez. 2010. ilus, tab
Article in Portuguese | LILACS | ID: lil-573789

ABSTRACT

RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Saturação venosa central de oxigênio (SvcO2) baixa indica desequilíbrio entre oferta e consumo de oxigênio celular e, consequentemente, pior prognóstico em pacientes graves. No entanto, ainda não está claro qual o valor desse marcador em pacientes cirúrgicos. O objetivo deste estudo foi avaliar se SvcO2 baixa no perioperatório determina pior prognóstico. MÉTODO: Estudo observacional, durante 6 meses, em um hospital terciário. Foram incluídos pacientes que necessitassem de pós-operatório em terapia intensiva (UTI) com idade > 18 anos, submetidos a cirurgias de grande porte. Pacientes com cirurgias paliativas e pacientes com insuficiên cia cardíaca grave foram excluídos. Valores de SvcO2 foram mensurados antes da cirurgia, durante o procedimento e após a cirurgia na UTI. RESULTADOS: Foram incluídos 66 pacientes e não sobreviveram 25,8 por cento. Os valores médios de SvcO2 dos pacientes foram maiores no intraoperatório, 84,7 ± 8,3 por cento, do que no pré-operatório e UTI, respectivamente 74,1 ± 7,6 por cento e 76,0 ± 10,5 por cento (p = 0,0001). Porém, somente os valores de SvcO2 no pré-operatório dos pacientes não sobreviventes foram significativamente mais baixos que os sobreviventes. Pela regressão logística SvcO2 pré-operatória, OR = 0,85 (IC 95 por cento 0,74-0,98) p = 0,02 foi fator independente de mortalidade hospitalar. Pacientes com SvcO2 < 70 por cento no pré-operatório apresentaram maior necessidade de transfusão sanguínea (80,0 por cento versus 37,0 por cento p = 0,001) e reposição volêmica no intraoperatório 8.000,0 (6.500,0 - 9.225,0) mL versus 6.000,0 (4.500,0 - 8.500,0) mL p = 0,04), com maiores chances de complicações pós-operatórias (75 por cento versus 45,7 por cento p = 0,02) e maior tempo de internação na UTI 4,0 (2,0-5,0) dias versus 3,0 (1,7 - 4,0) dias p = 0,02. CONCLUSÕES: Os valores de SvcO2 no intraoperatório são maiores que os do pré- e pós-operatório. Contudo, a SvcO2 baixa no pré-operatório determina pior prognóstico.


BACKGROUND AND OBJECTIVES: Low central venous oxygen saturation (ScvO2) indicates an imbalance between cellular oxygen supply and consumption and, consequently, worse prognosis for critical patients. However, it is not clear what the value of this marker in surgical patients. The objective of the present study was to evaluate whether low perioperative ScvO2 determines a worse prognosis. METHODS: This is a 6-month observational study carried on in a tertiary hospital. Patients who needed to be in the intensive care unit (ICU) postoperatively, with age > 18 years, who underwent large surgeries, were included. Patients who underwent palliative surgeries and those with severe heart failure were excluded. Levels of ScvO2 were measured before the surgery, during the procedure, and after the surgery in the ICU. RESULTS: Sixty-six patients were included in this study, but 25.8 percent of them did not survive. Mean ScvO2 levels were higher intraoperatively, 84.7 ± 8.3 percent, than preoperatively and in the ICU, 74.1 ± 7.6 percent and 76.0 ± 10.5 percent (p = 0.0001), respectively. However, only preoperative SvcO2 levels of non-surviving patients were significantly lower than those who survived. By logistic regression, preoperative ScvO2, OR = 0.85 (95 percent CI 0.74-0.98) (p = 0.02), was an independent factor of in-hospital mortality. Patients with preoperative ScvO2 < 70 percent had greater need of intraoperative blood transfusion (80.0 percent versus 37.0 percent, p = 0.001) and volume replacement, 8,000.0 (6,500.0-9,225.0) mL versus 6,000.0 (4,500.0-8,500.0) mL (p = 0.04), with greater chances of postoperative complications (75 percent versus 45.7 percent, p = 0.02) and longer time in the ICU, 4.0 (20.0-5.0) days versus 3.0 (1.7-4.0) days (p = 0.02). CONCLUSIONS: Intraoperative ScvO2 levels are higher than those both in the pre- and postoperative period. However, low preoperative ScvO2 determines worse prognosis.


JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La saturación venosa central de oxígeno (SvcO2) baja indica un desequilibrio entre la oferta y el consumo de oxígeno celular y como consecuencia, un peor pronóstico para los pacientes graves. Sin embargo, todavía no está claro cuál es el valor de ese marcador en pacientes quirúrgicos. El objetivo de este estudio fue evaluar si la SvcO2 baja en el perioperatorio determina un peor pronóstico. MÉTODO: Estudio observacional durante 6 meses, realizado en un tercer hospital. Fueron incluidos pacientes que necesitasen postoperatorio en cuidados intensivos (UCI), con edad > 18 años, sometidos a cirugías de gran porte. Los pacientes con cirugías paliativas y pacientes con insuficiencia cardíaca grave quedaron fuera del estudio. Los valores de SvcO2 se midieron antes de la cirugía, durante el procedimiento y después de la operación en la UCI. RESULTADOS: Se incluyeron 66 pacientes de los cuales un 25,8 por ciento no sobrevivieron. Los valores promedios de SvcO2 de los pacientes fueron mayores en el intraoperatorio, 84,7 ± 8,3 por ciento, que en el preoperatorio y UCI, respectivamente 74,1 ± 7,6 por ciento y 76,0 ± 10,5 por ciento (p = 0,0001). Sin embargo, solamente los valores de SvcO2 en el preoperatorio de los pacientes no sobrevivientes fueron significativamente más bajos que los sobrevivientes. La regresión logística SvcO2 preoperatoria, OR = 0,85 (IC 95 por ciento 0,74-0,98) (p = 0,02), fue un factor independiente de mortalidad hospitalaria. Los pacientes con SvcO2 < 70 por ciento en el preoperatorio, presentaron una mayor necesidad de transfusión sanguínea (80,0 por ciento versus 37,0 por ciento p = 0,001) y reposición volémica en el intraoperatorio 8000,0 (6500,0 - 9225,0) mL versus 6000,0 (4500,0 - 8500,0) mL p = 0,04), con mayores chances de complicaciones postoperatorias (75 por ciento versus 45,7 por ciento p = 0,02) y un mayor tiempo de ingreso en la UCI 4,0(2,0-5,0) días versus 3,0 (1,7 - 4,0) días p = 0,02. CONCLUSIONES: Los valores de SvcO2 en el intraoperatorio son mayores que los del pre y del postoperatorio. Sin embargo, la SvcO2 baja en el preoperatorio es determinante para un peor pronóstico.


Subject(s)
Aged , Female , Humans , Male , Hospital Mortality/trends , Monitoring, Intraoperative , Oxygen/metabolism , Postoperative Complications/mortality , Oxygen/blood , Risk Factors , Veins
2.
Rev. bras. anestesiol ; 58(5): 447-461, set.-out. 2008. graf, tab
Article in English, Portuguese | LILACS | ID: lil-492238

ABSTRACT

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Transfusões sangüíneas no intra-operatório estão associadas a aumento de complicações no pós-operatório e custos hospitalares. Portanto, este estudo avaliou as características, complicações e possíveis fatores de riscos para morte em pacientes cirúrgicos que necessitaram de transfusões sangüíneas no intra-operatório. MÉTODO: Coorte prospectiva, durante período de um ano, no centro cirúrgico de hospital terciário. Incluíram-se pacientes com idade acima de 18 anos que necessitaram de transfusões sangüíneas no intra-operatório. Testemunhas de Jeová, pacientes que receberam transfusões prévias, falência coronariana e lesão encefálica aguda foram excluídos. RESULTADOS: O estudo envolveu 80 pacientes, com idade média de 68,4 ± 14,1 anos. Os pacientes ASA II foram prevalentes com 69,6 por cento dos casos, os escores APACHE II e POSSUM foram em média, respectivamente, 13,6 ± 4,4 e 37,5 ± 11,4. A hemoglobina média no momento da transfusão era 8,2 ± 1,8 g.dL-1 e 19 por cento dos pacientes apresentavam hemoglobina maior que 10 g.dL-1. Os pacientes receberam em média 2,2 ± 0,9 UI de concentrados de hemácias. A mortalidade hospitalar foi 26,3 por cento. As complicações pós-transfusões totalizaram 57,5 por cento dos casos no pós-operatório e a mais freqüente foi infecção. Foram fatores independentes de morte na regressão logística os escores APACHE II (OR = 1,34; IC 95 por cento 1,102 - 1,622), POSSUM (OR = 1,08; IC 95 por cento 1,008 - 1,150) e número de unidades de concentrados de hemácias recebidas (OR = 2,22; IC 95 por cento 1,100 - 4,463). Quanto maior o número de transfusões sangüíneas, maiores as incidências de complicações e mortalidade. CONCLUSÕES: O valor de hemoglobina e o número de unidades de concentrados de hemácias utilizados foram elevados comparados com os estudos que preconizam estratégias restritivas. Foi encontrada nesta amostra alta incidência...


BACKGROUND AND OBJECTIVES: Intraoperative blood transfusions are associated with an increase in postoperative complications and hospital costs. Thus, this study evaluated the characteristics, complications, and probable risk factors for death in surgical patients who needed intraoperative blood transfusions. METHODS: This is a prospective study that spanned a one-year period, undertaken at the surgical suite of a tertiary hospital. Patients older than 18 years who needed intraoperative blood transfusions were included in this study. Jehovah witnesses, patients with a history of prior blood transfusions, coronary failure, and acute brain lesions were excluded. RESULTS: Eighty patients with mean age of 68.4 ± 14.1 years participated in the study. Most patients were ASA II, representing 69.6 percent of the study group; APACHE and POSSUM scores were 13.6 ± 4.4 and 37.5 ± 11.4, respectively. Mean hemoglobin at the time of transfusion was 8.2 ±1.8 g.dL-1 and 19 percent of the patients had hemoglobin levels higher than 10 g.dL-1. Patients received an average of 2.2 ± 0.9 IU of packed red blood cells. Hospital mortality was 26.3 percent. Post-transfusion complications totaled 57.5 percent of the cases in the postoperative period, and most of them were due to infections. In the logistic regression, independent factors for death included APACHE II (OR = 1.34; 95 percent CI 1.102-1.622), POSSUM (OR = 1.08; 95 percent CI 1.008-1.150) and the number of packed red blood cells received (OR = 2.22; 95 percent CI 1.100-4.463). Thus, the higher the number of transfusions, the greater the incidence of complications and mortality. CONCLUSIONS: Hemoglobin level, and the number of packed red blood cells used were elevated when compared with studies that suggest restrictive strategies. This sample presented a high incidence of complications, especially infections, and complications. APACHE II and POSSUM scores and the number of transfusions were independent...


JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Transfusiones sanguíneas en el intraoperatorio están asociadas al aumento de complicaciones en el postoperatorio y costes hospitalarios. Por tanto, este estudio evaluó las características, complicaciones y los posibles factores de riesgos para muerte en pacientes quirúrgicos que necesitaron transfusiones sanguíneas en el intraoperatorio. MÉTODO: Categoría prospectiva, durante el período de un año, en el centro quirúrgico de hospital terciario. Se incluyeron pacientes con edad por encima de los 18 años que necesitaron transfusiones sanguíneas en el intraoperatorio. Testigos de Jeová, pacientes que recibieron transfusiones previas, fracaso coronario y lesión encefálica aguda quedaron excluidos del estudio. RESULTADOS: El estudio involucró a 80 pacientes, con una edad promedio entre los 68,4 ± 14,1 años. Los pacientes ASA II eran prevalecientes con 69,6 por ciento de los casos, las puntuaciones APACHE II y POSSUM fueron, como promedio respectivamente de 13,6 ± 4,4 y 37,5 ± 11,4. La hemoglobina promedio al momento de la transfusión era de 8,2 ± 1,8 g.dL-1 y un 19 por ciento de los pacientes tuvieron hemoglobina por encima de 10 g.dL-1. Los pacientes recibieron como promedio 2,2 ± 0,9 UI de concentrados de hematíes. La mortalidad hospitalaria fue de un 26,3 por ciento. Las complicaciones postransfusiones totalizaron un 57,5 por ciento de los casos en el postoperatorio y la más frecuente fue la infección. Fueron factores independientes de muerte en la regresión logística las puntuaciones APACHE II (OR = 1,34; IC 95 por ciento 1,102-1,622), POSSUM (OR = 1,08; IC 95 por ciento 1,008 - 1,150) y número de unidades de concentrados de hematíes recibidos (OR = 2,22; IC 95 por ciento 1,100 - 4,463). Mientras mayor es el número de transfusiones sanguíneas, mayores son las incidencias de las complicaciones y de la mortalidad. CONCLUSIONES: El valor de la hemoglobina y el número de unidades de concentrados de hematíes utilizados...


Subject(s)
Humans , Blood Transfusion , Intraoperative Complications , Prognosis , Risk Factors
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